quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Azul Linhas Aéreas veta embarque de jovem com paralisia.

Segundo Mariângela, as três passagens foram compradas na Azul no começo deste
mês. No dia 19, eles enviaram o formulário exigido para passageiros com
necessidades especiais. Só na última segunda (29), relata a mãe, ele teve um
retorno da Azul após ter mandado um e­mail à empresa.
Uma funcionária da Azul ligou para ela dizendo que o formulário não havia sido
aprovado. "Perguntei quais eram os motivos e ela disse que o médico da Azul não
havia autorizado. Fiquei muito nervosa com a situação, tentando entender o
porquê", diz Mariângela.
O voo sairia às 8h40 de Viracopos, e ela diz ter pagado R$ 1.100 pelas três
passagens, ida e volta. Por ser acompanhante do filho, que tem necessidades
especiais, ela tem direito a 80% de desconto em seu bilhete.
Com a resposta da Azul, ela então registrou um boletim de ocorrência contra a
empresa e comprou outras três passagens na Gol, saindo de Guarulhos, sem o
desconto a que teria direito e sem ter preenchido o formulário.
"Embarquei com ele sem ninguém falar nada. Ele anda sozinho, só não fala, por
causa da deficiência intelectual. Ele não precisava de um acompanhamento
específico da Azul", diz a assistente social. "Se fosse um voo longo, para os Estados
Unidos, mas é um voo de 50 minutos. O que meu filho tem de tão grave que não
pôde embarcar? Ele tinha alguma doença contagiosa para o médico da Azul não
ter autorizado o embarque?"
OUTRO LADO
Procurada, a Azul informou em nota que "com base nas condições médicas do
cliente Rodrigo Beghini e com base na resolução nº 280 da Anac, não concedeu
autorização para o embarque do mesmo".
"A empresa não abrirá detalhes do caso por uma questão de sigilo médico e
ressalta que está seguindo um procedimento que visa a proteção da saúde e a
segurança do cliente em questão e dos demais passageiros."
A resolução nº 280 trata sobre os procedimentos referentes à acessibilidade de
passageiros com necessidade de assistência especial ao transporte aéreo. O inciso
primeiro do artigo 6º da resolução diz que "pode haver restrições aos serviços
prestados quando não houver condições para garantir a saúde e a segurança" de
passageiros com necessidade de assistência especial "ou dos demais passageiros".
Procurada, a Anac disse também em nota ter enviado um ofício à Azul nesta terça
(30) para que em até dez dias a companhia preste esclarecimentos sobre a recusa
do transporte de Beghini.
Revoltada com a situação, Mariângela registrou um boletim de ocorrência antes de31/12/2014 Empresa aérea veta embarque a jovem com paralisia; mãe vê discriminação ­ 31/12/2014 ­ Cotidiano ­ Folha de S.Paulo
data:text/html;charset=utf­8,%3Cp%20style%3D%22color%3A%20rgb(0%2C%200%2C%200)%3B%20font­family%3A%20Georgia%2C%20serif%3B%2… 2/2
embarcar para Curitiba e disse que vai processar a companhia aérea.
"A Azul não entrou em contato comigo para perguntar nada, simplesmente não
autorizou. Eu que tive de procurá­los depois de dez dias porque eles simplesmente
não responderam", diz a mãe de Rodrigo. "Meu filho vive em convívio social. Em
todos os lugares que eu vou ele está comigo, seja em festas, restaurantes ou
shoppings. Alguma resposta eles vão ter de me dar, e desta vez vai ser por meio
judicial´´.

Nenhum comentário: