O comandante de um avião Airbus A330 da Hong Kong Airlines decidiu regressar ontem, dia 16 de Agosto, ao aeroporto de Chek Lap Kok (Hong Kong/China) depois de cerca de uma hora e meia de voo, tendo pedido para serem accionados em terra procedimentos de emergência devido a uma avaria técnica.
A razão, soube-se depois da aterragem, foi o aparecimento de uma racha num dos pára-brisas do cockpit da aeronave que seguia para a ilha indonésia de Bali com 249 passageiros e 12 tripulantes a bordo.
O avião já se encontrava em espaço aéreo controlado por Manila (Filipinas) quando o comandante resolveu inverter a marcha e voltar a Hong Kong. A companhia confirmou o incidente, mas não fez outros comentários até avaliação da situação.
Embora o regresso a Hong Kong e todo o cenário montado no aeroporto para receber o avião de volta, em situação de emergência, com 12 viaturas pesadas de socorro dispostas ao longo da pista, tenha criado alguma surpresa, o certo é que fontes aeroportuárias manifestaram apreço pela atitude do comandante, e relembraram que, desde a sua fundação, em 2006, a companhia tem estado envolvida em diversos incidentes, embora sem consequências graves. No final do ano passado as autoridades da antiga colónia britânica na China anunciaram que estavam em curso processos de inquérito a sete infracções graves cometidas por aviões da companhia em voos com passageiros, em apenas dois meses, a maioria atribuídas a faltas graves das tripulações de cockpit nos procedimentos de aterragem e descolagem, nomeadamente quanto à interpretação das indicações recebidas dos controladores aéreos.
A gravidade de alguns incidentes levou o secretário dos Transportes do Governo da Região Autónoma Especial de Hong Kong, Professor Anthony Cheung Bing-leung, a denunciar as irregularidades numa conferência técnica local, o que teve ampla cobertura na imprensa chinesa.
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